ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 04-9-2014.

 


Aos quatro dias do mês de setembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Ezequiel, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Séfora Mota. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Resolução nº 027/14 (Processo nº 1985/14), de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo; os Projetos de Lei do Legislativo nos 139 e 189/14 e o Projeto de Resolução nº 028/14 (Processos nos 1480, 2037 e 2001/14, respectivamente); os Projetos de Lei do Legislativo nos 162, 172 e 186/14 (Processos nos 1733, 1852 e 2020/14, respectivamente), de autoria do vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/14 (Processo nº 1721/14), de autoria do vereador Márcio Bins Ely; e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/14 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 153/14 (Processos nos 1533 e 1662/14, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos no dia primeiro de setembro do corrente. Após, o Presidente concedeu a palavra ao vereador Guilherme Socias Villela, que se pronunciou em homenagem aos servidores Ivon Quadri e Valter Luiz de Lemos, em face de suas aposentadorias, a ocorrerem no mês de setembro do corrente ano. Em prosseguimento, o Presidente, juntamente com o vereador Guilherme Socias Villela, procedeu à entrega, a Valter Luiz de Lemos, de Diploma de reconhecimento pelos seus cinquenta anos de serviço público no Município de Porto Alegre, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo. Em continuidade, os vereadores Idenir Cecchim, Elizandro Sabino, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Clàudio Janta, Bernardino Vendruscolo e Mario Fraga pronunciaram-se em saudação ao homenageado. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e cinquenta e quatro minutos às quatorze horas e cinquenta e cinco minutos. A seguir, o Presidente registrou a presença de José Bil dos Anjos Lara e Julio Cesar Benitez Teixeira, da Liga da Defesa Nacional do Estado do Rio Grande do Sul, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a José Bil dos Anjos Lara, que relatou atividades desenvolvidas pela Liga de Defesa Nacional em Porto Alegre. Em prosseguimento, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores João Carlos Nedel, Elizandro Sabino e Bernardino Vendruscolo manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e dezenove minutos às quinze horas e vinte minutos. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a conferência sobre “As administrações municipais (1952-2014) – feitos e fatos”, a ser proferida por Antônio Augusto Mayer dos Santos. Compuseram a Mesa: o vereador Guilherme Socias Villela, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; Antônio Augusto Mayer dos Santos, palestrante; Velocy Melo Pivatto, Promotora de Justiça, representando o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul; e Tanise Pazzim, Coordenadora da Escola de Gestão Pública. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I, a Antônio Augusto Mayer dos Santos. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se as vereadoras Mônica Leal e Lourdes Sprenger e os vereadores Reginaldo Pujol, Bernardino Vendruscolo, Nereu D'Avila e Waldir Canal. Na oportunidade, a vereadora Lourdes Sprenger procedeu à entrega de mimo a Antônio Augusto Mayer dos Santos. Após, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Antônio Augusto Mayer dos Santos. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e dezesseis minutos às dezesseis horas e vinte minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João Ezequiel. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 163/14; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 183/14. Durante a Sessão, o vereador Pedro Ruas manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de Cleom Guatimozim, ex-vereador deste Legislativo, e de alunos e das professoras Cláudia Seixas, Pâmela Freitas e Silvana Pressea, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Às dezesseis horas e vinte e oito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Guilherme Socias Villela e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos registrar a visita orientada na Câmara de Vereadores, com a presença de 39 alunos do Curso de Recepcionista de Eventos do Senac. Sejam todos bem-vindos. Vocês fazem parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec. Contamos também com a presença das professoras Cláudia Seixas, Pâmela Freitas e Silvana Pressea. Muito obrigado pela presença, sintam-se em casa.

 

 

 

O SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA: Sr. Presidente, antes de prosseguir os trabalhos, gostaria de dizer algumas palavras. A aposentadoria do Administrador Valter Luiz de Lemos ocorrerá no dia 06 de setembro de 2014. São 50 anos de serviço público municipal, sendo que 11 anos o Sr. Valter dedicou a esta Câmara na condição de cedido, exercendo atividades junto ao Gabinete de Planejamento, sempre trabalhando com extrema competência e profissionalismo que lhe são marcantes e reconhecidos. Ao longo da sua carreira, trabalhou na Secretaria Municipal de Administração, onde viria a ser Secretário. Trabalhou também na Secretaria do Governo Municipal, na Secretaria Municipal do Meio Ambiente e na extinta Secretaria do Planejamento do Município. Foi Presidente do Conselho Regional de Administração em mais de uma oportunidade, e é, atualmente, conselheiro federal, representando o nosso Estado. São de sua iniciativa inúmeros simpósios, fóruns e encontros de administração tanto nacionais quanto internacionais. Emprestou também grande colaboração ao Tribunal de Justiça do Estado, convidado que foi para reorganizar o serviço administrativo e elaborar o plano de carreira. Por tudo isso, Sr. Presidente, entendo ser um dever fazer esta referência ao Administrador Valter Luiz de Lemos para que fique o devido registro nos anais desta Casa.

Aproveito a oportunidade para também cumprimentar o servidor Ivon Quadri, que se aposenta, e deu inestimável colaboração a esta Casa. Muito obrigado, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Guilherme Socias Villela. Hoje, a Câmara Municipal quer agradecer o Sr. Valter Luiz Lemos, que já recebeu a distinção, o reconhecimento e a informação de quem é, mas a Câmara Municipal quer conferir a ele um Diploma. (Lê.): “Confere este Diploma a Valter Luiz Lemos, detentor do cargo de Administrador, em reconhecimento pelos seus 50 anos de serviço público no Município de Porto Alegre. Porto Alegre, 4 de setembro de 2014. Ver. Professor Garcia, Presidente”.

Na realidade, isto aqui é o reconhecimento dos 36 Vereadores e de todos os seus colegas. Cinquenta anos de carreira, dentro do serviço público, é algo que realmente merece uma distinção.

Eu gostaria que o Ver. Villela entregasse, junto comigo, este Diploma, como reconhecimento da Câmara Municipal e da cidade de Porto Alegre.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Sr. Valter, quero dizer que o senhor está se despedindo como funcionário, mas estará sempre sendo convocado como assessor desta Casa, quando necessário. O Sr. Valter Luiz de Lemos está com a palavra.

 

O SR. VALTER LUIZ DE LEMOS: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia, querido colega do passado; Vereador, Secretário, Dr. Guilherme Socias Villela, em seus nomes, eu cumprimento todos os Vereadores que compõem esta Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu não esperava esta homenagem, sinceramente, depois de passar 50 anos de atividades profissionais no setor público municipal, incluindo os poderes Legislativo, Executivo e, depois, o Judiciário. Eu só tenho a agradecer pela oportunidade que me foi dada para o exercício da minha profissão e também pelo aprendizado que eu tive por trabalhar em três Poderes distintos, cada um com as suas particularidades, suas vicissitudes, seus problemas e suas virtudes.

Eu quero dizer que, hoje, eu sei muito mais do que eu sabia quando ingressei na minha profissão de administrador público, por essa vivência. Alguns colegas até me dizem, muitas vezes: “Valter, falta só um poder para você passar”. Eu digo que talvez um dia eu chegue - por isso, é um sonho final de carreira - ao banco do Vaticano. Com isso, eu teria passado por todos os poderes e todas as atividades inerentes à profissão de administrador, desde a área de pessoal, às áreas de inovação e à área específica financeira.

Mas eu acho que essa passagem que eu tive de vida é muito relevante para quem, lá atrás, optou, em saindo da Escola Técnica Parobé, por seguir a carreira pública profissional de Administração.

Por isso, neste momento, pego de surpresa, quero agradecer a todos os Edis desta Casa, aos funcionários desta Casa e às demais pessoas que, de uma forma ou outra, me relacionei no mister da ação administrativa. E, ao me despedir, neste momento, faço-o em razão, simplesmente, porque a Constituição brasileira é quem está me despedindo. Eu ainda tenho muito tempo, no meu ponto de vista, como ser pensante, para trabalhar na Administração.

Eu acho mesmo que está na hora de repensarmos a aposentadoria do homem aos 70 anos. Nós vamos viver 110 anos! E é impossível que tenhamos, com 75 anos, a obrigação, a determinação expressa de sair do serviço público.

E, aqui, eu faço uma colocação final, em especial: eu não me preparei para a aposentadoria - incrível isso! Mas eu recebi num processo amarelo, nesta Casa, uma determinação expressa do Previmpa, dizendo ao meu chefe, ao meu superior, que, por favor, comunicasse ao administrador Valter Lemos que ele tem até o dia 7 de setembro, que é o dia da Pátria e do meu aniversário, para se aposentar, sob as penas, vamos dizer assim, da própria lei.

E eu fui compreender o que isso significa. A nossa Lei diz que, se você se aposentar por requerimento, você cai num plano específico; se você se aposentar na compulsória, você cai num outro plano específico.

E eu pensei: Meu Deus, eu estou em qualquer área, eu passei do tempo constitucional! Por isso eu digo que fiquei muito surpreso ao receber este documento, e tive que correr um pouquinho, e quero agradecer ao Professor Garcia, que compreendeu a minha situação, de adido nesta Câmara, para poder resolver os encaminhamentos necessários para a aposentadoria, que se fecha, sem dúvida alguma, sexta-feira, quando assinarei o termo, o requerimento. Caso contrário, eu serei prejudicado na aposentadoria compulsória.

Precisamos rever a lei, porque a lei não veio para prejudicar. E, no caso específico, se casualmente eu estivesse viajando, ela me prejudicaria. De antemão, ao sair, eu digo que vou ajudar a rever essa lei porque não quero que futuros colegas sejam prejudicados. Muito obrigado do fundo do coração a todos que também me compreenderam na minha atividade de administrador. Muito obrigado mesmo! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Quero dizer, Valter, que é importante ouvir este depoimento. A Casa não tem essa prática, e hoje, na reunião de Mesa, nós comunicamos... O outro servidor que está se aposentando também não pôde estar presente, 38 anos de serviço público, o Ivon Quadri. A Casa, muitas vezes, não se preocupa; as pessoas saem, mas trabalharam uma vida inteira aqui dentro. Então, nós entendemos que temos que fazer um pequeno gesto, na realidade, o reconhecimento por tudo aquilo que eles fizeram, muitos até de forma aparentemente anônima, mas com uma grande contribuição. Como nós estamos na Semana da Câmara, nada mais justo – nós conversamos com o Valter, e hoje, na Mesa, todos os Vereadores concordaram – que nós fizéssemos este gesto. Mais uma vez, Valter, muito obrigado, e obrigado a todos aqueles servidores que, durante toda a vida, se dedicaram ao serviço público.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente, Secretário Villela, Valter; eu me emocionei e fiquei orgulhoso do teu trabalho, de ti, das tuas palavras. Acho que a Câmara tem que fazer alguma coisa sim. Primeiro de tudo, chamar o Previmpa e dizer a eles que não é assim que se faz. Se possível – eu não sei se é possível, mas deve ser –, deixar que trabalhe quem quiser trabalhar depois dos 70 anos. Se é a Constituição que manda, não é esta Casa que pode fazer algo, mas eu acho que, pelo menos, tenha que ter uma maneira de elas trabalharem se quiserem, eu acho que tem que se dar uma opção para essa pessoa que vai se aposentar. Nós já temos esse absurdo na Brigada Militar. Quando o coronel chega no auge da sua formação, ele se aposenta com 45, 50 anos. Isso é um absurdo não para aqueles que se aposentam, mas é um absurdo pela qualidade que eles têm. E acontece isso com os servidores: estão no auge da sua competência, da sua inteligência e são obrigados a sair sem quererem sair. Está bem de saúde, graças a Deus, está bem de cabeça, está bem de vontade e é obrigado a sair. Isso realmente é um absurdo, Valter! Parabéns e obrigado pelo teu trabalho. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, em nome da Bancada do PTB, quero saudar a iniciativa da Mesa Diretora e de V. Exa., o Presidente, de honrar pessoas como o Valter, que, no desempenhar da sua função com muita presteza, com muito denodo, aqui, na nossa Casa, na Câmara Municipal, o fez de forma brilhante, com um currículo, um histórico funcional exemplar. Portanto, receba a nossa parabenização em nome da nossa Bancada.

Também quero lembrar, Sr. Presidente, que hoje, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nós temos um projeto pioneiro, o PPA – Programa de Preparação para Aposentadoria; a Prefeitura Municipal, em parceria com o Previmpa, está instalando. Ele é recente, é bem verdade, mas é justamente para evitar, Valter, que essa sensação por parte do funcionário público seja realidade, esteja presente. Com o Programa de Preparação para Aposentadoria, o funcionário, dois anos antes de se aposentar, começa a frequentar reuniões com todo um suporte, um apoio psicológico para que, quando se aposentar, o funcionário esteja preparado para essa nova etapa da vida, que, diga-se de passagem, é uma linda e brilhante etapa, uma fase muito feliz. Que Deus te abençoe, e felicidades nessa nova etapa! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Villela, Valter; eu já fui Presidente desta Casa e sei o valor que os nossos funcionários têm, o valor do teu trabalho. Eu vou falar menos dessa indelicadeza, dessa grosseria, do convite à aposentadoria, da ameaça, e mais do valor extraordinário de um servidor público se rebelar e dizer que gostaria de continuar trabalhando. Isso é maravilhoso! Acho que isso mostra que, na nossa Casa, os nossos servidores têm orgulho do que fazem. Desta Casa eu só tenho boas referências! Acho que a gente serve ao povo mesmo, principalmente porque vocês são muito dedicados, têm amor pelo que fazem e estão aqui a serviço de verdade.

Valter, parabéns! Aproveita muito a tua aposentadoria, tu tens muito a contribuir num espaço mais largo e diferenciado, eu tenho certeza de que logo vais saber como. Um grande abraço, bastante saúde nesse novo período!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, eu fico, de certa maneira, constrangido em me manifestar diante da manifestação do meu querido amigo Valter, que foi meu colega – quando era Secretário, eu era Diretor do DEMHAB, na administração do Dib –, nosso filhos frequentaram a mesma escola, nós participávamos do mesmo Círculo de Pais e Mestres. Muita coisa nos aproxima, especialmente o coração e a amizade. O seu pronunciamento foi sobre uma circunstância especialíssima, imposição de ordem legal que o País enfrenta e que nasceu com os melhores propósitos, mas que hoje parece que quer tornar nula a atitude daqueles que pretendem permanecer e, teimosamente, permanecem na atividade, como é o caso do seu homenageador, o nosso querido ex-Prefeito, meu colega hoje, Ver. Guilherme Socias Villela, que já passou dos 70, mais ou menos, mais do que menos. Eu estou nessa condição, estou no liminar dos 75 anos.

Então, eu compreendo essa situação do colega e digo o seguinte: o senhor ainda pode contribuir muito com a sua experiência e com a sua competência, porque tem algumas coisas que a lei não impõe, e ela não impõe que o senhor continue a pensar, a opinar, a deliberar e a decidir. Tem espaço na vida para nós continuarmos trabalhando. Lei nenhuma vai nos mandar para casa antes de nós querermos ir! Um abraço e meus parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Parabéns, Presidente Professor Garcia, toda a Mesa, parabéns ao Valter; ontem eu tive uma belíssima surpresa junto com o nosso amigo Claiton – o senhor foi lá conversar com ele, e eu tive essa belíssima surpresa de conhecê-lo, conhecer a sua visão, uma visão mais profunda sobre a aposentadoria. Eu fiquei muito orgulhoso olhando e vendo uma pessoa desse gabarito falando que gostaria de trabalhar mais. Que coisa linda isso! Eu acho que essa é a visão de mundo que nós temos que ter, essa é a visão de trabalho que nós temos que ter. Se a gente está inteiro para fazer, para doar um pouco para o nosso Brasil, vamos trabalhar por este Brasil para que a gente tenha um Brasil bem melhor. Meus parabéns e Oxalá o abençoe nesta nova caminhada. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sr. Secretário, colega Valter; se assim me permite, eu me aventuro a chamar todos aqui de colega. Inclusive, quando subo à tribuna, eu faço questão de saudar todos os funcionários desta Casa como colegas. Eu me aventuro, como eu digo, por ter esse sentimento de homenagear e de querer estar junto a todos que fazem esta Casa andar, fazem esta Casa prosperar. Há pouco, eu estava dando uma entrevista para o colega Claiton e dizia que aqui, este nosso espacinho, é o espaço mais popular e democrático de todos os cantos, porque aqui vêm as comunidades procurar resolver as suas demandas.

Queria dizer que, todos esses anos que o colega trabalhou aqui, no mínimo, renderam um grande número de amizades, carinho, respeito; vemos os colegas aqui lhe prestigiando. Quanto a essa situação da aposentadoria, da forma de modificação... Eu tenho uma amiga que foi à ópera, na China, e, a todo momento, as pessoas levantavam e sentavam. Lá pela oitava vez, ela resolveu perguntar o que estava acontecendo, e lhe disseram que, quando chegam pessoas com mais idade, em sinal de respeito, eles levantam. Ela brincou: “É a mesma coisa lá em Porto Alegre!” Ela levou como brincadeira! Mas esse respeito nós temos que ter: quem traz, quem repassa a experiência aos mais jovens tem sempre que ser saudado, homenageado. Por isso, em nome do PDT, eu lhe dou os parabéns por essa luta, por esse tempo todo aqui na Câmara. Quero já me antecipar e convidá-lo para o meu aniversário de 150 anos: estaremos juntos lá, eu e o senhor! Um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, prezado Villela, prezado Lemos; venho aqui em nome dos partidos de oposição – PT, PCdoB e PSOL – para cumprimentá-lo. Cumprimentando o senhor, eu cumprimento todos os funcionários desta Casa, que dão vida e sustentação ao trabalho que desenvolvemos. Eu não sei quantos Vereadores já passaram por esta Casa nesse período, quantos Prefeitos já passaram por esta Casa nesse período; até a Presidente da República, a Presidente Dilma foi sua colega de trabalho aqui. Então, isso representa não só o valor que tem o trabalho dos senhores e das senhoras aqui na Casa, mas a dedicação de uma vida em nome do Parlamento de Porto Alegre, um parlamento que é exemplo nacional não só pelos Vereadores, mas, principalmente, pelos funcionários desta Casa, que mantêm a vida cotidiana dentro da civilidade e da transparência. E o senhor é o espelho de toda essa delegação de funcionários, homens e mulheres que constroem a nossa Câmara Municipal. Um grande abraço, muito obrigado e sempre forte na vida.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Professor Garcia; nosso Secretário, Guilherme Socias Villela. Sr. Valter, este é um dos momentos mais tristes da vida dos trabalhadores brasileiros. Um momento em que a nossa Cultura ceifa, muitas vezes, pessoas que estão no apogeu da produtividade, pessoas que podem contribuir muito. Nós temos o exemplo aqui, neste Parlamento, aqui dentro desta Casa, que é a experiência do Prefeito Villela, do Pujol, que muitas vezes acalmam a nossa ânsia jovem de rebeldia, muitas vezes nos orientam e nos ajudam – o Professor Garcia está indo por esse caminho também. O nosso País não preserva isso, o nosso País faz os nossos trabalhadores saírem da iniciativa privada, saírem da iniciativa produtiva como se fossem uns elefantes indo ao encontro do seu descanso eterno. Nós repudiamos, completamente, que esse momento que a pessoa mais tem para produzir, que a pessoa mais tem para passar experiência, para passar o seu conhecimento, seja ceifado. Nós seguimos lutando não somente pelo direito de os aposentados voltarem a trabalhar com uma desaposentadoria, como o fim do fator que obriga as pessoas a voltarem ao trabalho, e temos pessoas que querem continuar trabalhando, pessoas que querem continuar contribuindo para esta Casa, como vários nos ajudam nesta Casa, pessoas que querem ajudar este Estado e este País, e lhes é ceifado esse direito. Nós estamos juntos com o senhor e queremos lhe prestar todas as homenagens que o senhor e os servidores desta Casa, os servidores do País merecem. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Pois é, Valter, o tempo passa e chegam os momentos. Mas eu vou lhe contar uma coisa: eu trabalhei durante oito anos na refinaria, na Petrobras, em Canoas, trabalhava num setor extremamente delicado, em questão de segurança. Noventa e nove vírgula nove por cento das pessoas não sabem do perigo de uma refinaria. Jamais deveriam permitir construções de refinarias perto dos grandes centros. Não se tem noção do perigo de uma refinaria. Então, a preocupação ali era muito grande, no nosso trabalho. Mas eu sempre fui muito light com as pessoas que adentravam ali e que trabalhavam em um certo setor, porque a relação com pessoas é complicada. Chegou um belo dia, eu pedi demissão da refinaria, exatamente quando completei oito anos. Fui cuidar dos meus negócios por opção.

Então, eu sempre tive um bom conceito com todos os meus colegas. Passaram-se alguns anos e eu fui à refinaria, tinham novos funcionários. Eu senti um impacto muito grande, porque me exigiram uma identificação, uma coisa que eu não tinha me tocado que nós fazíamos com todo mundo... Aí voltei no tempo. Eu vou lhe dizer: como seria bom que todos pudessem ter o mesmo conceito que o senhor tem com todos os nossos colegas aqui. Nós sempre temos outras coisas mais para fazer: faça aqui, mas também procure fazer lá fora, porque o senhor será bem-sucedido, como foi aos longos dos anos aqui.

Na vida, para aqueles que sabem fazer e que têm coisas boas, tem muita coisa a ser feita, aqui e ali fora. Parabéns pelo tempo e pela dedicação.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Eu faço esta homenagem, Valter Lemos, pela Liderança do Governo, em nome do Prefeito Fortunati; nós trabalhamos juntos aqui quando eu era Diretor-Geral e V. Sa. participava do GAPLAN. Naquele ano, eu fui Diretor-Geral, depois, em 2008 e 2009 também fui Diretor de Atividades Complementares, sendo teu colega. Então, eu endosso todas essas homenagens que os Vereadores fizeram, em nome do Governo Fortunati e em meu próprio nome, pois tenho um carinho enorme por Vossa Senhoria. Quero ressaltar e enaltecer o profissional que V. Sa. é. Como eu tenho um conhecimento de causa - alguns Vereadores novos falaram aqui sobre aposentadoria -, eu falo sobre o seu profissionalismo dentro desta Casa e, com certeza, em outros lugares. Meus parabéns e vida longa a Vossa Senhoria.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Todas as Bancadas já fizeram as suas manifestações. Mais uma vez, Valter, obrigado por tudo aquilo que fizeste e certamente vais continuar fazendo por esta Casa. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h54min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h55min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. PEDRO RUAS: Uma observação, Excelência. Obrigado pela atenção, mas é por uma situação social muito grave na nossa Cidade. Eu quero informar que, na ocupação conhecida como Dois Irmãos, no Parque dos Maias, foi feito um acordo entre Brigada Militar, Estado e Município, haveria 30 dias para as pessoas se retirarem, e, a partir de ontem, entraram máquinas privadas destruindo casas – a informação que recebemos agora –, algumas até, pelo menos uma delas, com pessoas dentro. O Ver. João Ezequiel vai ocupar a tribuna e mostrar, em um vídeo, o que está ocorrendo – há outras pessoas nos relatando. E sugeri, e aqui finalizo, que o Ver. João Ezequiel, o Ver. Delegado Cleiton e o Ver. Engº Comassetto, que também são da CUTHAB, que fossem, em nome da Casa, no local, porque realmente é uma violência bárbara o que está ocorrendo, neste momento, na nossa Cidade. Obrigado pelo registro, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, registro feito.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença da Liga da Defesa Nacional do Estado do Rio Grande do Sul, que tratará assunto relativo à apresentação da entidade. O Sr. José Bil dos Anjos Lara, representando a Liga da Defesa Nacional do Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOSÉ BIL DOS ANJOS LARA: Boa tarde a todos, eu gostaria de saudar o Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal, Professor Garcia; o Secretário, Ver. Guilherme Socias Villela; os demais Vereadores e a audiência aqui presente. Agradeço a oportunidade de poder utilizar a Tribuna Popular da Casa do Povo para falar de uma entidade que tem como matéria-prima a solidariedade e o espírito cívico. Apesar de quase centenária, a Liga da Defesa Nacional tem seu papel desconhecido pela maioria da população. As pessoas veem seu trabalho, participam, mas desconhecem seu papel. Talvez o País jamais tenha precisado tanto de uma entidade como a Liga como no momento atual. Nossa história se confunde com a história da República. Fundada em 1916, portanto, no limiar de completar um século, sempre esteve presente nos grandes momentos da história. Para bem entendermos a existência da Liga da Defesa Nacional, temos que lembrar o papel de Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac como seu maior inspirador. Olavo Bilac, o “príncipe dos poetas brasileiros”, sentindo a necessidade de um grande movimento de opinião que empolgasse a Nação num momento em que a República dava seus primeiro passos, realizou uma intensa campanha cívica, de âmbito nacional, procurando despertar, principalmente nos jovens, o espírito cívico nacional. Em suas oratórias e nos artigos de livros, exaltava os grandes valores da Pátria, procurando incutir em todos o orgulho da nacionalidade.

Seguindo os princípios de Bilac, outros dois grandes homens públicos, Miguel Calmon, Ministro de Obras do Governo Wenceslau Brás, e Pedro Lessa, primeiro ministro negro do Superior Tribunal Federal, iniciaram um movimento para reunir as mentes e os corações do povo brasileiro em torno de um projeto que propagasse por todo o País o civismo e o patriotismo. Com a união e a liderança dessas mentes, a Liga se tornou realidade no dia 7 de setembro de 1916.

A importante participação da Liga na vida nacional está bem expressa pela proposta que resultou na obrigatoriedade do ensino do português, na inclusão do ensino formal de assuntos ligados ao civismo e ao patriotismo nas escolas, com ênfase para o canto do Hino Nacional, o culto à Bandeira e o conhecimento da história da Pátria. Ainda por iniciativa da Liga, foi formalizada a existência da Semana da Pátria, definiu-se seu início e término e os principais atos comemorativos, assim como a abertura com o Fogo Simbólico da Pátria. Mais recentemente, se engajou em campanhas na defesa do petróleo, na integridade territorial e na defesa da Amazônia.

A Liga tem personalidade jurídica própria, autonomia administrativa, duração indeterminada e jurisdição em todo o território nacional, exercendo suas atividades através de diretorias regionais instaladas nos Estados e núcleos municipais.

A Liga da Defesa Nacional do Estado do Rio Grande do Sul é uma entidade cívico-cultural, apartidária, imparcial, independente e transparente, estimulando o patriotismo, o respeito e o culto aos símbolos nacionais, sem credo político, religioso ou filosófico. A síntese de seus esforços está expressa no lema: Civismo é Coisa de Brasileiro.

É um longo caminho, mas esta longa caminhada permitirá, a partir de uma juventude consciente, criar o cidadão político de amanhã, o consumidor consciente e crítico que nos legará um país mais humano e igualitário, respeitando diferenças e unindo ideais.

Para melhor desempenhar seu papel na conscientização do cidadão, aproveita as ferramentas de comunicação, avança na qualificação de seu sistema organizacional interno, implanta seu plano de expansão para o interior e busca participar mais ativamente nos polos de discussão e fiscalização que a sociedade começa a entender e usar. Fruto disso é a consolidação da sua presença no Interior, e a realização de seminários estaduais. Importante também é a sua participação no grupo de entidades que pensam o Rio Grande do amanhã através da construção da Agenda 2020.

Sem abandonar práticas tradicionais, como a Corrida do Fogo Simbólico da Pátria, que este ano percorreu mais de 4 mil quilômetros por todo o Estado, e a Caminhada da Bandeira, a LDN/RS se prepara para o futuro, realizando palestras e oficinas nos estabelecimentos de ensino, organizações e entidades, além de incentivar os jovens a participarem ativamente da sociedade. Sua importante vivência no ambiente histórico-cultural a levou ao Conselho Deliberativo do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.

Em parceria com o Ministério Público, realizou o “Se Liga”, um painel que reúne entidades do terceiro setor para troca de informações, experiências e ações sinérgicas.

Na área educacional vê a concretização de um velho sonho: a inclusão de algumas atividades na agenda pedagógica das escolas e o aumento significativo do número de escolas e organizações da sociedade que participam do desfile no Dia da Independência e das festividades da Semana da Pátria, cuja organização é de responsabilidade da Liga da Defesa Nacional, com o apoio dos Governos estadual e municipal, Forças Armadas e Poderes Legislativo e Judiciário.

Como seus membros cumprem suas tarefas em caráter voluntário, o sucesso só é possível porque consegue, além de estreitar seus laços com tradicionais parceiros, agregar outras entidades em suas iniciativas, levando-as para espaços públicos, num esforço de colocar a sua mensagem em ambientes que possam reunir plateias numerosas.

Entende que somente a integração de todos os brasileiros, independentemente de raça ou de credo, fará com que a unidade nacional seja preservada. Prega, no seu dia a dia, incessante e constantemente, a honestidade de propósitos em todos os escalões da sociedade. A honestidade do homem público, do empresário, do professor, do estudante, porque entende que somente pela via da honestidade a Pátria alcançará o estágio de grandeza que todos desejam.

O selo que identifica a nossa campanha é usado em todos os nossos materiais. Partimos da premissa de que só o brasileiro pode resolver os problemas do Brasil. As ações da campanha visam a lançar a semente do amor à Pátria e da consciência cidadã, através da difusão do civismo e da discussão do papel do cidadão e de sua participação política e social. O lema alerta para a responsabilidade que todos os brasileiros devem ter na hora de fazerem as suas escolhas, na necessidade de participar na decisão do destino do País, o espírito cívico na prática da solidariedade e na participação voluntária como dever. Consciência, responsabilidade, participação - isso é cidadania, isso é civismo, isso é coisa de brasileiro.

O Brasil vive um período de transição política e consolidação da democracia. Conseguimos ter índices invejáveis e outros, infelizmente, lastimáveis. Somos um país paradoxal. Há muitos problemas que se arrastam sem solução há anos, mas nossas instituições, bem ou mal, funcionam. Nossos partidos ainda não conseguem acompanhar a velocidade da sociedade e por isso organizações não governamentais e entidades civis são mais rápidas em atender as necessidades e os interesses da população. Há um descrédito nos políticos que acaba atingindo a política. O cidadão não pode se afastar da política, porque seu lugar será ocupado pelos espertos, interesseiros e corruptos. A solução para qualquer problema do Brasil passa pela política, e a prática política é dever de todos os cidadãos. As ferramentas de transparência permitem à sociedade exercer o seu papel fiscalizador. A corrupção é fruto dos homens, mas pode ser fiscalizada, combatida, punida e controlada, basta cada um fazer a sua parte.

Completamos 192 anos de independência. Vivemos numa democracia e as eleições fazem parte da nossa rotina política. Os maus brasileiros vendem a falsa ideia de que depois da eleição tudo vai mudar. Ledo engano. Num país como o Brasil – multiétnico, multicultural e com grandes diferenças regionais –, as mudanças demoram a se concretizar, porque envolvem conflitos de interesses ideológicos e culturais. As mudanças são fruto de um processo e por isso os jovens são importantes em nosso projeto. Quanto mais demorarmos a iniciar o processo, mais distante esse novo Brasil se coloca. O Brasil está inserido em um mundo que passa por profundas modificações: fronteiras se movem, novos atores surgem, incertezas políticas assombram, conflitos assimétricos assustam e o ambiente futuro é uma incógnita. Internamente, o Brasil vive uma intensa dinâmica social e política, com os mais variados movimentos políticos, econômicos, sociais, étnicos e de gênero, numa incessante busca pelo apoio da sociedade. Diante desse quadro internacional e desse intenso jogo de sedução da opinião pública, será que a sociedade entende o seu papel?

O Brasil, por sua projeção no cenário mundial, tem responsabilidades assumidas junto aos fóruns internacionais e organismos multilaterais e um papel a desempenhar tanto em nível hemisférico quanto em nível mundial, em face de sua estatura político-estratégica. Essas responsabilidades compreendem fatores históricos, políticos, estratégicos, militares, econômicos, científicos, tecnológicos e culturais, independentes ou relacionados entre si. Muito se falava no Brasil do futuro, mas já passaram mais de uma década do século XXI, e o século XXII está logo ali. Mas que Brasil teremos no final deste século? Que Brasil teremos no século XX? Só saberemos quando definirmos que brasileiros seremos, porque só poderemos transformar o Brasil a partir da conscientização dos brasileiros. Nós fazemos parte de uma família, de uma comunidade, de um bairro, de uma cidade, de um Estado, de um país e assim por diante. Nós somos cidadãos do mundo. Hoje o mundo nos importa. As palavras têm poder. Palavras como cidadania, civismo, patriotismo são mobilizadoras. Vamos nos deter no patriotismo. Patriotismo é o espírito compartilhado por membros de grupos sociais que têm a mesma evolução histórico-cultural e os mesmos valores e, conjuntamente, estabelecem seus próprios objetivos e os meios para alcançá-los: o bem comum. A palavra patriotismo tem o mesmo significado em qualquer lugar do mundo, mas tem um nome próprio em cada país. O argentino também é patriota, assim como o inglês, o iraniano, o francês, o norte-americano e assim por diante. E em cada país ela tem a sua identidade com seu povo e sua história. No Brasil, ela se chama brasilidade. Nosso espírito de brasilidade é praticado em três esferas: a participação política, a cidadã e a cívica. Não existe política sem a participação do cidadão, afinal partem dele as necessidades a que a política deve atender. Essa é a participação política. E, na democracia, o direito sempre vem acompanhado de um dever. Em uma sociedade plural, democrática e justa não existe o dever sem o direito. Essa é essência de viver em sociedade: direito gerando deveres. Essa é a participação cidadã. O cidadão tem que ter consciência que somente ele pode mudar o país, e a mudança do País começa com a mudança de cada um de nós. Votar com consciência, fiscalizar o uso do dinheiro público, participar da vida política do país; participar dos pequenos fóruns de discussão para resolver, primeiro, os pequenos problemas; participar de DCEs, grêmios estudantis, associações de bairros, associações de pais e mestres, condomínios, clubes e serviços, essa é a participação cívica. Lembre-se que votar não é só colocar o voto na urna, o ato de votar é apenas parte de um processo político. Você avalia e faz sua escolha, depois vota e, finalmente, fiscaliza. Não deu certo? Repita o ciclo até dar certo. É a hora de você perceber que você vale muito mais do que você imagina. Este ano o tema que estamos colocando em discussão nas escolas é: meu jeito de ser brasileiro. Em um ano de Copa do Mundo e eleições, que cada um faça a sua reflexão sobre sua condição de brasileiro; reflexão que leve cada cidadão a entender o seu papel, as coisas que são importantes para o país. O resultado vai melhorar a sua participação cívica no processo político do Brasil começando com a definição do seu jeito de ser brasileiro. Os princípios que cada indivíduo incorpora ao longo de sua vida devem ser muito conscientes e bem claros em cada um. É o seu conjunto de valores individuais perante o país, é o seu jeito de ser cidadão, é o fundamento político do seu jeito de ser brasileiro. Hoje quatro grandes preocupações afligem a Liga de Defesa Nacional e com certeza todos os brasileiros. A educação nacional, a conjuntura econômica brasileira, a corrupção e a ocupação, defesa e guarda da Amazônia, patrimônio do nosso povo. No entendimento da Liga a educação é o assunto nacional prioritário, é de vital importância que as atenções de todos se voltem para o ensino e para a educação em seus diversos níveis, valorizando-se, em especial, os alunos e os professores com oferta de ensino sério, didático, cativante e promissor, necessidade premente do país. Como pais devemos pensar em qual tipo de estudante estamos enviando às escolas. Porque educação é responsabilidade da família. Será que o melhor tênis, o melhor celular, a melhor roupa não merecem o acompanhamento de uma boa educação? O ensino e a educação nos darão jovens mais participativos, mais conscientes, mais lúcidos, mais solidários e mais politizados, capazes de superar o atrelamento religioso, filosófico e ideológico. A mensagem que queremos que fique é que só poderemos transformar o Brasil a partir da conscientização dos brasileiros. Por isso a Liga convida para que mais cidadãos se juntem a nós para nos ajudar no cumprimento dos nossos objetivos. Há muito trabalho a ser feito, mas a retribuição é extremamente compensadora. Se você tem esse espírito cívico, esta vontade cidadã e uma prática solidária você tem um lugar para transformar os seus sonhos em realidade. Participe, compartilhe e junte-se a nós porque a alma de uma Nação é o espírito patriótico de seu povo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela, quero dar as boas-vindas à Liga de Defesa Nacional, especialmente ao Sr. José Bil dos Anjos Lara. Quero, em nome da bancada do Partido Progressista, agradecer pelo estímulo à vida cidadã, à vida cívica, à vida política que vocês nos trazem aqui na Semana da Pátria. Realmente nós precisamos sempre lembrar que o civismo é extremamente importante para as nossas relações, para o nosso patriotismo, para a defesa do nosso País. No momento em que nos preocupamos, por exemplo, com o assunto da Amazônia, tão emblemático, os senhores vêm aqui nos lembrar da importância da defesa do nosso País.

Muito obrigado, parabéns, voltem mais seguido, porque as suas informações são, para nós, extremamente importantes. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELIZANDRO SABINO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queremos registrar nossos parabéns, em nome da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, pelo trabalho. Atentamente observei a manifestação de V. Sa. e também a exposição através das lâminas, mostrando o trabalho da Caminhada da Bandeira, o Dia Cívico, os seminários nacionais, estaduais, todos com o objetivo especial de trazer a importância dessa palavra que é a civilização.

É muito importante esse resgate, a busca da cidadania. Nós sabemos que civilização é um complexo conceito, tanto na antropologia quanto na história, especialmente numa perspectiva especial num estágio mais avançado, evolucionista, traz a questão do resgate da sociedade humana, caracterizado basicamente pela sua fixação no local, com uma organização social e cultural; portanto, este é o trabalho que vocês estão desenvolvendo. Estamos nos aproximando do dia 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil; portanto, parabéns pelo trabalho que vocês têm desenvolvido. Sou Presidente da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente nesta Casa e sempre que estamos envolvidos nas atividades que estão relacionadas a este tema infanto-juvenil, trazemos também à tona a importância do resgate, da cidadania, do debate sobre civilização. Parabéns! A vossa presença aqui engrandece, na tarde do dia de hoje, esta Casa Legislativa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Registro a presença na Mesa do Sr. Julio Cesar Benitez Teixeira, Presidente da Liga de Defesa Nacional. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu estava a pensar, na medida em ouvia seu pronunciamento, que há uma coisa que nós precisamos tentar resolver, porque civismo e patriotismo não têm nada a ver com questões militares. Mas, graças aos militares, quer queiram ou não, nós seguidamente discutimos o patriotismo e/ou civismo. Essa é uma verdade também. Nós temos visto, nos últimos anos, que há uma lacuna. Tenho feito provocações desta tribuna: onde estão os historiadores militares para nos ajudar a contar parte da história recente do Brasil? Aqui, tem, seguidamente, tem-se pregado que havia, até há algum tempo, de um lado criminosos e do outro só anjinhos. Eu discordo. Muito por culpa dos militares que hoje estão na reserva, que poderiam nos ajudar, fazendo com que os nossos jovens conhecesse um pouco mais a nossa história. E eu não sou daqueles que sou a favor de questões de tortura, enfim, longe disso! Mas quem conhece um pouquinho sabe que nós passamos por um período muito ruim, muito pesado. Houve injustiças de ambos os lados. Eu não tenho dúvida de que nós vivemos hoje um momento muito importante da nossa vida, mas nós não estamos dando o devido valor à democracia. É um convite aos senhores para levarem esta mensagem aos nossos jovens; esses, sim, precisam ouvir mais, mais e mais! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Vendruscolo. Agradecemos a presença do Sr. Julio Cesar Benitez Teixeira e do Sr. José Bil dos Anjos Lara, representantes da Liga de Defesa Nacional do Estado do Rio Grande do Sul. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h19min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela – às 15h20min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, conversei com o Gabinete do Ver. João Derly, solicito a transferência do período de Grande Expediente de hoje para a próxima Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a tratar o assunto sobre as administrações municipais de 1952 a 2014 – feitos e fatos. Convidamos para compor a Mesa: o Dr. Antônio Augusto Mayer dos Santos, palestrante; a Dra. Velocy Melo Pivatto, Promotora de Justiça, representando o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul; a Sra. Tanise Pazzim, Coordenadora da Escola de Gestão Pública.

O Sr. Antônio Augusto Mayer dos Santos está com a palavra.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO MAYER DOS SANTOS: Sr. Presidente, na sua figura ilustre cumprimento os demais integrantes da Mesa, manifestando o meu apreço ao Ministério Público, à Escola de Gestão Pública de Porto Alegre. Faço uma manifestação especial à Escola Julieta Battistioli, às senhoras e senhores aqui presentes, à minha querida Ver.ª Mônica Leal, Ver. Bernardino, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Nedel, Ver. Pedro Ruas, Ver. Canal - ficaria até indelicado de minha parte se passasse a nominar todos e esquecesse alguém. O propósito que me distinguiu, nesta tarde de quinta-feira, pela Escola de Gestão Pública do Município de Porto Alegre, em convênio com a Escola Julieta Battistioli, me permite hoje usufruir desta tribuna. Em nome desta oportunidade, eu agradeço o retorno aqui à Casa, porque, afinal de contas, é um Poder Legislativo, uma Casa com que mantenho relações com muita frequência e intensidade, tenho pessoas aqui de grande afeto. Eu soube que o Ver. Waldir Canal não pôde ficar aqui por alguns momentos; o Ver. Tarciso Flecha Negra; o Ver. Elizandro Sabino, enfim, e, fundamentalmente, manifestar o meu apreço às senhoras e aos senhores aqui presentes.

O que eu pretendo falar aqui? A Câmara Municipal de Porto Alegre está completando 241 anos. Isso é tempo suficiente para uma instituição fazer história, e, por conta disso, sabe-se que explicar a história é a mesma coisa, Presidente Villela, que tentar explicar uma piada, é praticamente impossível fazer isso. Então, diante desse cenário, eu vim aqui fazer uma pequena retrospectiva histórica, breve, objetiva, desses 241 anos, enfatizando o quê? Enfatizando aqueles Vereadores que galgaram o posto de Prefeito, de chefe do Poder Executivo Municipal aqui em Porto Alegre. O que é mais comum? O mais comum é ter presente, em nomes de ruas, passarelas, avenidas, a figura do gestor público, Ver.ª Mônica Leal, sem nos dar conta de que todos esses homens tiveram um passado, uma atividade administrativa e um currículo, e, infelizmente, muitas vezes, o que passa é apenas e tão somente aquele momento. Então, dentro desses 241 anos, a minha proposta é justamente resgatar, na Câmara Municipal, rapidamente, o perfil daqueles que, na condição de Vereadores, Presidentes da Câmara Municipal, foram guindados à condição de chefe do Poder Executivo Municipal. Dos 40 Prefeitos de Porto Alegre, 14 deles saíram desta Casa para o exercício do Paço Municipal, e hoje temos a alegria de ter o Presidente Villela, que também foi Prefeito de Porto Alegre, e hoje é Vereador. Então esse componente revela, Ver. Pedro Ruas, que, sim, os poderes são harmônicos e independentes entre si.

O primeiro Prefeito desta Cidade, chamado Felicíssimo de Azevedo, foi o Prefeito que com mais idade assumiu o Paço Municipal. O Felicíssimo foi o primeiro Vereador republicano da história de Porto Alegre, primeiro como suplente, depois como titular, assumiu a chefia do Executivo Municipal em 1889, quando da proclamação da República; era um homem vinculado às causas do Município, sempre teve relações muito fortes com a causa republicana e exerceu a Prefeitura por um curto espaço de tempo, mas, sob o ponto de vista histórico, foi o primeiro Prefeito desta Cidade, foi o primeiro gestor público com a denominação, à época, de Presidente do Conselho, que era o nome que a Câmara Municipal até então ostentava.

Depois dele, o próximo Vereador que assumia a Prefeitura de Porto Alegre foi Alberto Bins, que foi Vereador entre 1908/1912, assumiu a Prefeitura de Porto Alegre, substituindo um outro expoente da Administração Pública Municipal que, sem dúvida nenhuma, registra, na sua biografia, o fato de ter sido, talvez, um dos precursores da modernização desta Cidade, que foi Otávio Rocha. O Alberto Bins descendia da comunidade alemã, depois de ter sido conselheiro municipal – que era a expressão e a denominação de Vereador –, ele foi Deputado na Assembleia Legislativa. Nessa circunstância, Ver.ª Lourdes, ele chegou à condição de Prefeito Municipal, porque conseguiu conciliar a figura do Vice-Prefeito com a de Deputado Estadual. Com a morte de Otávio Rocha, foi o Prefeito da Cidade. Deve-se ao Alberto Bins a expansão e o início da sedimentação da Av. Júlio de Castilhos, o embelezamento das maiores praças de Porto Alegre e todas as circunstâncias relacionadas ao incremento do comércio aqui no Centro da Cidade. E também foi preocupação do Alberto Bins iniciar a abertura da sedimentação das rótulas da Zona Sul de Porto Alegre.

Depois de Alberto Bins, como Vereador, passado um longo período, passados vários prefeitos indicados, especialmente pelo período do Estado Novo, em substituição, depois, ao Prefeito Loureiro da Silva, que foi integrante do Ministério Público e muito honrou esta Cidade na condição, talvez, de precursor da verticalização da Cidade, do início das construções dos prédios mais altos da Capital, do embelezamento do Centro de Porto Alegre, ao longo desse período, um outro Vereador que assumiu a chefia do Executivo Municipal foi Ildo Meneghetti, um homem que havia sido presidente do Sport Club Internacional, que, nessa condição, estabeleceu dentro do cenário do futebol gaúcho uma importância extraordinária, foi presidente do Inter por três oportunidades, foi eleito Vereador e, por uma circunstância envolvendo a chefia do Poder Executivo, foi nomeado Prefeito de Porto Alegre. Na condição de Prefeito, exerceu, Ver.ª Lourdes, dois mandatos: um, por indicação; e o outro, eleito. Ildo Meneghetti tem uma característica: ele foi um candidato a cargos eletivos que, aqui em Porto Alegre, jamais perdeu uma eleição. Depois, ele foi eleito Governador, passado o período do seu sucessor, ele voltou a ser Governador do Estado, foi Prefeito – primeiro, indicado; depois, eleito –, e é, sem dúvida nenhuma, um dos expoentes do período de Administração Pública aqui em Porto Alegre. Faz parte da história, integra todo o organograma da Administração, e ele tem uma participação incrível, estrategicamente importante na questão relacionada às habitações populares. A ele se deve um sem número de construções de casas populares, de incremento nas áreas urbanas do IAPI, e é, até hoje, reverenciado como uma figura altamente respeitada, um homem de uma probidade inatacável, enfim, faz parte do histórico da Cidade, foi Vereador nesta Cidade.

Depois disso, tivemos Antonio Aranha, que era irmão de ninguém mais e ninguém menos do que o chanceler Ministro Osvaldo Aranha, pertencendo a uma família ilustre, todos descendentes de Itaqui, e que tem uma trajetória, também, muito importante e respeitável junto ao Tribunal de Contas, tendo saído desta Casa na condição de Prefeito interino, e foi, posteriormente, indicado por unanimidade para integrar, então, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul.

Na sequência disso, temos Ludolfo Bohel, Vereador com base eleitoral na região de Teresópolis, Nonoai, uma figura incrível, dedicada à causa pública, um homem com vínculos também com o Teresópolis Tênis Clube, presidindo aquela instituição em várias oportunidades, e que, segundo seus biógrafos, segundo aqueles que estudaram a trajetória da sua atividade pública, o referem como um Vereador de garimpo, um Vereador que tinha a dedicação especial às circunstâncias do cotidiano nesta Cidade. Porque tal e qual o Felicíssimo de Azevedo, Ludolfo Bohel exerceu mandatos vinculados à causa pública, sempre com uma preocupação com relação, fundamentalmente, às pessoas que moravam na região em que ele era eleito, que era aquela região de Nonoai, Teresópolis, com um pouco mais de vínculo com a atividade do Clube Teresópolis.

Seguido disso, tivemos o Vereador Manoel Osório da Rosa, que dá nome a uma praça na Zona Norte de Porto Alegre, foi Vereador pelo Partido Libertador sucessivas vezes, quatro vezes eleito Vereador, foi Prefeito interino em sucessão a Ludolfo Bohel, em um período que antecedeu aquela fase do Prefeito Manoel Vargas, o Maneco Vargas, filho do Getúlio, e ele, nessa condição, foi o homem que aqui, em Porto Alegre, deu sequência à atividade de Ludolfo Bohel, que foi curiosamente um Prefeito que administrava a Cidade no período, Ver. Nereu, em que Getúlio Vargas suicidou-se. Então, coube a ele administrar aquele caos urbano causado pelo suicídio do Getúlio, que, obviamente, comoveu a Cidade, comoveu o País, mas, pelo fato de ele ser gaúcho, pelo fato de ele ser a figura secular que ele é, à época dos fatos, com toda aquela euforia, com toda aquela questão relacionada ao getulismo, enfim, aquelas questões envolvendo a política, o Prefeito Ludolfo Bohel teve a responsabilidade de administrar a Cidade num período que se pode dizer, talvez, um dos mais conturbados da história de Porto Alegre, justamente em razão do suicídio de Getúlio Vargas. Também é importante ressaltar e registrar a figura do Vereador Martim Aranha, que também foi um Vereador com tradição na Câmara Municipal de Porto Alegre, assumindo interinamente a Prefeitura de Porto Alegre, com a renúncia do Maneco Vargas. Ele foi o homem que oficializou a Feira do Livro aqui em Porto Alegre, autorizou que a Feira pudesse ser realizada no local em que até hoje se realiza, permitiu que as barracas fossem ali construídas e que, naquele espaço de tempo, então, os escritores, os autores e os livros pudessem conviver em harmonia, aqui em Porto Alegre. Aliás, tão importante esta Câmara Municipal ao permitir isso, que a Feira do Livro, até hoje, se realiza no mesmo lugar, tendo garantias legais de que ali será sempre o seu foro e de que ali se reunirão as pessoas, nós, integrantes da comunidade, com os escritores, com os editores, com os comerciantes de livros. E, aqui, até onde se saiba, Villela, a Feira do Livro de Porto Alegre é, até hoje, imbatível, o maior evento a céu aberto envolvendo a literatura e os livros no mundo. Não há episódio de cunho cultural com tamanha envergadura e que se realize na rua, sem paredes. Nem a Bienal do Livro supera a Feira do Livro, em matéria de circulação e de ar livre, por obra e graça da autorização do Vereador Martim Aranha, que – é importante ressaltar – foi Presidente e jogador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Seguindo na linha cronológica, tivemos outro Vereador que foi Prefeito de Porto Alegre, o Sereno Chaise, Vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro. Sereno Chaise integrou a Câmara Municipal de Porto Alegre nas décadas de 1950, 1960, trabalhista histórico. Foi Vereador, Presidente de inúmeras Comissões na Câmara Municipal de Porto Alegre, e foi eleito Prefeito em sucessão ao Charrua, na década de 1960, em 1963, quando, então, havia encerrado o segundo mandato do Prefeito Loureiro da Silva, sucedido, por eleição, o então Vereador – depois, Prefeito – Sereno Chaise. Foi Prefeito por um curto espaço de tempo – por apenas três meses –, tendo em vista que, em 1964, com as alterações ocorridas no Governo Federal, ele acabou sendo afastado da chefia do Poder Executivo, mas, no curto espaço de tempo em que foi Prefeito, inaugurou o novo auditório Araújo Vianna, até hoje localizado ali no Parque Farroupilha; também se deve a ele o início da duplicação da Av. Sertório. Enfim, foi um momento histórico que o País viveu, e ele foi Prefeito por apenas três breves meses.

Em substituição ao Prefeito Sereno Chaise, tivemos Célio Marques Fernandes, que assumiu enquanto Presidente da Câmara. Nós temos como registro o Ver. Renato Souza – também assumiu dois mandatos nesta Casa, depois foi eleito Deputado Estadual –, que, na condição de Presidente da Câmara, assumiu a Prefeitura por um curto espaço de tempo, substituindo Célio Marques Fernandes. Em 1965, Célio Marques Fernandes foi nomeado como Prefeito de Porto Alegre, e sua cadeira na Câmara foi ocupada pelo Presidente Renato Souza. Célio foi Prefeito de Porto Alegre por praticamente quatro anos.

Também se deve ao Prefeito Célio inúmeras obras de benfeitoria e embelezamento da Cidade. Deve-se a ele o desfecho da 3ª Perimetral, que corre aqui ao lado da Câmara Municipal. E ele também teve a liderança de homenagear a ninguém mais ninguém menos do que a Loureiro da Silva, que foi, sem dúvida nenhuma, dentro do cenário histórico de Porto Alegre, um dos Prefeitos que registrou o seu período de gestão de maneira fecunda, de maneira muito produtiva. Aliás, é sempre importante falar que Loureiro da Silva administrou esta Cidade no período do Estado Novo, sem que a Câmara Municipal estivesse aberta; mesmo assim, ele estabeleceu o Conselho Municipal formado por pessoas ilustres da nossa comunidade e, de maneira ombro a ombro, não obstante o Legislativo fechado, dele, do Conselho, extraía inúmeras possibilidades diálogo e aperfeiçoamento da Cidade.

Seguido do Prefeito Célio Marques Fernandes, eu sou obrigado a furar a cronologia, para referir o Prefeito Villela, que hoje é Vereador, que foi Prefeito desta Cidade, e deve-se ao Prefeito Villela, não por estarmos na sua presença, por ser ele, momentaneamente, agora o Presidente destes trabalhos, mas o Prefeito Villela, e isto historicamente reconhecido, deu continuidade em sequência as obras de vulto da Cidade, as obras que haviam sido iniciadas lá pelo Loureiro da Silva e que historicamente, sem nenhum tipo de reserva por parte dos historiadores com a gestão do Prefeito Thompson Flores, o Prefeito Villela deu continuidade a elas. Ele estabeleceu, por exemplo, a Secretaria do Planejamento de Porto Alegre, a primeira Secretaria que se tem conhecimento na história do Brasil, do Meio Ambiente. O Prefeito Villela incrementou a Procuradoria-Geral do Município; estabeleceu os corredores de ônibus, que até hoje funcionam na Cidade; os sistemas dos Ts, as linhas de ônibus que cruzam a Cidade e que, ao longo das décadas, vêm sendo aperfeiçoadas, vêm sendo enriquecidas em matéria de mobilidade e de circulação. Em 2012, após ter sido Deputado Estadual, autor da lei que redundou na criação da Agência Reguladora do Estado do Rio Grande do Sul, tendo sido seu presidente, Vereador desta Cidade, na cronologia foi um Prefeito reconhecidamente produtivo, deu sequência à gestão do Prefeito Thompson Flores, no processo de verticalização da Cidade, de embelezamento dos parques. Enfim, ele estabeleceu, com esta Cidade, um novo parâmetro, num novo período histórico, que era o início da redemocratização, e sabe-se que, por conta da necessidade de racionalidade das verbas públicas, deu início, praticamente, ao comando administrativo desta Cidade com relação à gestão pública, relativamente à Secretaria do Planejamento. Isso é historicamente, reconhecido.

O Prefeito João Dib, que foi Vereador desta Casa por oito mandatos, também tendo sido Vereador, foi guindado à condição de Prefeito Municipal de Porto Alegre em sucessão ao Prefeito Villela, administrou a Cidade por 999 dias, foi também um Prefeito extremamente vinculado às causas do Município. Quem conhece o Ver. João Dib sabe que ele vem religiosamente à Câmara Municipal todas as semanas almoçar com Vossas Excelências. Ele estabeleceu uma relação de muita intimidade com a Prefeitura de Porto Alegre, a partir da experiência acumulada aqui na Câmara Municipal, junto aos seus colegas. Foi Vereador sempre com votações muito bem colocadas e, nesse tempo, funcionou como uma espécie de referência a todos aqueles que exercem o mandato de Vereador nesta colenda e respeitável Câmara Municipal de Porto Alegre.

Também com relação à Vereança, tivemos aqui Alceu Collares, que foi o Prefeito que substituiu o Prefeito João Dib. Collares foi Vereador em Porto Alegre, exerceu mandato num período pelo MDB; depois foi Deputado Federal, integrou a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, PDT; foi o primeiro Prefeito do período da redemocratização, ou seja, quando os Prefeitos das áreas de segurança nacional, das capitais, passaram novamente a ser eleitos, ele foi o primeiro entre 1985 e 1988.

Também o Ver. João Verle substituiu Tarso Genro, que havia renunciado à Prefeitura de Porto Alegre para ser candidato a Governador do Estado nas eleições de 2002. Tarso tinha como Vice-Prefeito o João Verle, que foi Vereador nesta Casa, pelo Partido dos Trabalhadores, por dois mandatos e que deu continuidade à segunda gestão do Prefeito Tarso Genro. É importante destacar que o Prefeito João Verle foi o último Prefeito do período em que o Partido dos Trabalhadores administrou a cidade de Porto Alegre, ele foi o último Prefeito do PT naquele período, que se encerrou com a sua gestão.

Posteriormente ao Prefeito João Verle, no cenário de Vereadores que atingiram a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, temos o atual Prefeito da Capital, o Prefeito José Fortunati, que também foi Vereador nesta Câmara Municipal e que dá sequência hoje, em 2014, ao período que ele administrou a Cidade tendo substituído o Prefeito José Fogaça. O Fortunati foi Vereador, presidiu a Câmara Municipal, e, por conta da recenticidade da sua gestão, nós temos noções bem presentes da sua Administração, dos seus feitos enquanto gestor público.

Evidentemente, é importante destacar, Presidente Villela, e isto faço com convicção até, pela pesquisa histórica que redundou no livro “Os Prefeitos de Porto Alegre”, a cidade de Porto Alegre teve, ao longo de sua trajetória, 40 nomes que atingiram a chefia do Poder Executivo. E, simbolicamente, eu faço o encerramento desta exposição com a figura de Aloísio Filho, o homem que dá nome a este Palácio Municipal, a esta sede do Poder Legislativo. O Aloísio Filho foi Vereador durante inúmeros mandatos, com votação crescente, assumiu a Prefeitura de Porto Alegre interinamente 13 vezes; foi, interinamente, o Prefeito que mais vezes assumiu a Prefeitura desta Cidade. Em 2012, esta Casa teve a oportunidade de comemorar o centenário de seu nascimento. O Aloísio simboliza, de maneira mais bem acabada, talvez, a figura do Vereador, e eu tenho convicção, até por atividade profissional, Ver. Pujol, de que o Vereador é, sem dúvida nenhuma, o político que mais interage com a comunidade. É o Vereador que da cidade que recebe as demandas, as queixas, os elogios; as demandas que são mais palpitantes de uma comunidade passam necessariamente pelo Vereador. E Aloísio Filho, inclusive, por dar nome a esta Casa Legislativa, parece-me que bem resume todo o cenário.

Já vou concluir meus 20 minutos, por obediência profissional, respeito campanhias, respeito prazos. Eu gostaria de dizer da minha alegria de participar deste evento oficial da Câmara Municipal, que dá relevo aos 241 anos da Casa. Quero dizer com toda a minha convicção: todos os Vereadores que saíram desta Câmara Municipal para o exercício do Poder Executivo honraram as tradições, Ver.ª Lourdes, desta Casa, do diálogo, da democracia e do cenário, que diz respeito sempre ao diálogo entre o Legislativo e o Executivo. Evidentemente, momentos históricos fizeram com que, algumas vezes, algumas gestões fossem mais atribuladas, mais movimentadas, mais criticadas, mas isso faz parte de um cenário em que os Poderes são constituídos, diz respeito, fundamentalmente, ao cotidiano da Cidade.

Então, eu gostaria de deixar a minha impressão de que a cidade de Porto Alegre sempre se caracterizou por gestores probos. Não temos registros, aqui em Porto Alegre, minha prezada Dra. Tanise Pazzim, de nenhum Prefeito de Porto Alegre que tenha, a exemplo de outras capitais e outros Estados, sido objeto de questionamentos acerca da sua Administração, com nuanças a tal ponto, como se sabe em outras capitais, com pedidos de impeachment, com pedidos de afastamentos, com cassações; Porto Alegre não tem registros dessa natureza.

E hoje, em 2014, pela pluralidade dessa composição que é a Câmara Municipal de Porto Alegre, fica o registro de que Porto Alegre, sim, deve ter muito orgulho desses Vereadores, desses homens públicos, que assumiram a chefia do Poder Executivo. Historicamente, em homenagem à plateia que nos assiste, é preciso fazer um registro histórico: Porto Alegre nunca elegeu uma Prefeita. Porto Alegre não teve, por mais de uma semana, talvez, dez dias, a interinidade exercida por uma Prefeita, por uma Vereadora. Por isso, eu sempre me referi aqui ao gênero masculino, porque a Cidade nunca teve, por mais de 10, 15 dias, Prefeita interina. Dentro de um cenário de 40 nomes que se revezaram e sucessivamente assumiram a Prefeitura de Porto Alegre, não há registro, então, de Vereadora que, na condição de Presidente da Câmara, tenha sido guindada a uma interinidade, que tenha superado uma semana, 10 dias.

Diante disso, Ver. Villela, dou por encerrada a minha exposição. Espero ter sido objetivo, ter contribuído, fundamentalmente, com esta Casa – e reitero –, pela qual nutro e tenho o maior respeito, apreço e fundamentalmente a certeza de que aqui é feita a democracia na polpa viva, ou seja, os debates travados nesta tribuna por V. Exas. só enriquecem o cenário democrático. Dito isso, agradeço a todas as senhoras e a todos os senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Dr. Antônio Augusto Mayer. A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu diria que não foi uma palestra, foi uma aula, e para quem ama Porto Alegre, como eu, fiquei realmente encantada com essa história contada de forma tão coloquial – como jornalista, isso, para mim, é muito importante. Foi de forma coloquial para todas as pessoas sentirem vontade de conhecer, e não só propagar, que é mais importante. Eu anotei aqui um registro que o senhor falou na tribuna: “O Vereador é o legislador que atende às demandas, os elogios e às críticas.” Isso o meu pai falou no dia em que entrou nesta Casa, e eu, como sua assessora, também ouvi dele que ele tinha um apreço muito grande pela Câmara de Vereadores, porque aqui é o espaço mais democrático da Cidade, pois o cidadão comum tem esse acesso, essa possibilidade direta com o parlamentar. Ele traz o seu problema, compartilha da sua necessidade da rua, do bairro, de uma forma muito direta. E esta Casa realmente é isso, pois, no dia a dia, a gente sente que é uma verdade que acontece. Eu quero agradecer por sua palestra que foi muito importante para mim, como Vereadora, apaixonada por esta Cidade. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentá-lo por essa sua explanação, porque não temos a oportunidade de pesquisar os livros da história deste Parlamento. E dizer também que sou uma apreciadora de biografias e também da área de antiguidades, em que faço pesquisas. Ter esses registros é importante porque modelos podem ser seguidos, ampliados e atendendo a população. Como Presidente da Escola do Legislativo Julieta Battistioli, que é o nome da primeira Vereadora desta Casa, vamos lhe entregar um livro e uma agenda da nossa Escola. Parabéns.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É uma alegria tê-los aqui conosco, especialmente neste momento em que a Casa é brindada pela erudição e pelo talento do Dr. Antônio Augusto, que se especializou nesse particular de buscar uma pesquisa séria, idônea, correta, levantando dados, para oferecer à posteridade o relato que faz nas suas publicações. Esta que está sendo motivo da saudação no dia de hoje, Prefeito Villela, não foge à regra das demais publicações feitas anteriormente pela coordenação do Dr. Augusto, que é indiscutivelmente um cultivador da matéria sob este aspecto. Sou muito suspeito para falar a respeito do Augusto, porque sou amigo da família; a minha vinculação já era com o seu pai, o conheci menino ainda. Ele não tem culpa nenhuma, a culpa é minha, que sou velho. Lembro bem dele, saindo do Estádio Olímpico, sempre muito afável, muito simpático, e, sobretudo muito carinhoso com os mais idosos, entre os quais eu me incluía. De qualquer sorte, eu quero, em meu nome e em nome do meu Partido, em nome dos mais antigos na Casa, cumprimentá-lo pela correção com que apresenta os fatos na sua publicação. Essa explicação que oferece de que não falou das mulheres Prefeitas, em função de que as mesmas não tiveram mais do que dez dias de contínuo exercício na Prefeitura, me deixa muito à vontade, porque as duas que lá chegaram, chegaram com o meu voto, foram eleitas Presidentes da Câmara, já comigo no exercício do mandato. De qualquer sorte, as nossas colegas que já exerceram a Prefeitura, certamente se sentem homenageadas pelo simples fato de serem referidas e, mais do que isso, por essa publicação maravilhosa, que a sua caneta brilhante oferece à Cidade e que será registrada, ao longo do tempo, para aqueles que queiram conhecer a verdadeira história de Porto Alegre. Meus parabéns, é uma alegria tê-lo conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Lourdes Sprenger fará a entrega de um presente ao visitante.

 

(Procede-se à entrega de um presente e da agenda da Escola do Legislativo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Registro a presença do ex-Vereador Cleom Guatimozin, que me substituiu interinamente mais de cem vezes; até parecia que tinha um cargo em comissão no Executivo. Obrigado por sua presença. (Palmas.)

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prefeito e Presidente Villela, nossos cumprimentos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Parabéns, Dr. Antônio Augusto, por sua aula de história, enfim, por aquela demonstração de conhecimento que lhe é peculiar, exposta toda vez que fala. Numa oportunidade, assisti também a uma palestra proferida pelo nosso ex-colega Cleom Guatimozin, quando ele dizia que o bairro Praia de Belas tem esse nome porque ali havia uma família que era proprietária daquela região; que o bairro Glória tem esse nome devido a uma senhora que era dona de uma fazenda. Então, o Cleom também é grande conhecedor do tema.

Cumprimentando V. Sa. pela palestra, gostaria, em uma outra oportunidade, de saber de V. Sa. se é verdade aquela ação do Prefeito Jorge Sepulveda, quando, dirigindo a cidade de Viamão, queria transferir a Capital do Estado para Porto Alegre; os Vereadores resistiam, e ele teria aprisionado os Vereadores aqui na Capital para mantê-los aqui. Gostaria de saber se isso é verdadeiro.

Quero aproveitar que há duas autoridades, duas lideranças femininas na Mesa para dizer que é interessante que nenhuma mulher tenha dirigido Porto Alegre até hoje. Precisamos fazer uma reflexão. Por que isso não aconteceu, uma vez que o eleitorado tem maioria feminina? Por que até hoje não tivemos nenhuma prefeita em Porto Alegre? Na mesma linha, fala em seguida o Ver. Delegado Cleiton, que é um representante, quer queira ou não, dos munícipes, um negro que faz um belo trabalho e que representa um percentual muito grande dos eleitores da nossa Cidade. E nesta Legislatura temos dois Vereadores negros, o Tarciso Flecha Negra e o Delegado Cleiton. Antes nós tínhamos o Ver. Luiz Braz, que eu dizia que não era negro, era sarará. Mas falo isso – não é uma brincadeira – para fazermos uma reflexão sobre a conscientização da realidade política, sobre a questão do voto. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D’AVILA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da Bancada do PDT, nós queríamos trazer, para que fique anexado aos Anais para todo o sempre, a satisfação de nesta quinta-feira termos tido essa aula de história. A história é algo real, a humanidade não seria conhecida se não fosse a história e os historiadores. E a história política mais ainda, porque ninguém saberia que foi um parente, um amigo, de César que o apunhalou pelas costas, se não fosse a história. Muitos outros, durante o passar da história, também foram apunhalados, moral e eticamente, por pessoas ao seu redor. Peço perdão pela minha ignorância em sugerir ao palestrante que transformasse em livro a história dos prefeitos de Porto Alegre, porque já existe o livro. E nos comprometemos, entre outros Vereadores, o Ver. Pedro Ruas e eu, de fazer o relançamento desse livro, inclusive, aqui na Câmara e na Feira do Livro, porque, realmente, é muito importante. Um neto de Meneghetti lançou um livro, que eu li, no qual observei as suas assertivas a respeito de vilas populares - e existe a Vila Meneghetti, inclusive, na Zona Norte, que muita gente não sabe -, embora discordando dele politicamente e muito, eu no PTB, o PTB que eu representava antigamente, nada contra o atual, embora isso, reconhecemos no Sr. Meneghetti, até por ser colorado - é um atenuante -, é uma pessoa excelente, proba, honesta e que levou para o túmulo um grande galardão: nunca perdeu para o Brizola aqui - enfim, livros que historiaram o que V. S. agora repetiu. Acerca de história também é importante, no plano estadual, que foi o livro do jornalista Elmar Bones - “1966 - A Conciliação Impossível”. Enfim, livros da história política, que todos nós temos que saber, porque, afinal, se nos propomos a ter mandato, é necessário que saibamos por que estamos aqui, quem nos antecedeu, inclusive, como foi o caso do Sereno, de apenas 3 meses, mas que deixou também a sua marca. E do Prefeito Villela, que foi um excelente administrador, seguido por Thompson Flores que - repito, também politicamente adversários nossos, o que não inibe a sua capacidade administrativa. Como foi Loureiro da Silva, segundo João Dib, o maior prefeito de Porto Alegre. De fato, foram grandes administradores. Aliás, quero dizer em favor do Prefeito Villela, que o palestrante esqueceu de duas coisas importantíssimas do Prefeito, que faço questão de registrar, porque gosto muito da sua atuação: o Parque Marinha do Brasil e o Brique da Redenção, que foram grandes e eloquentes fatos criados pelo Prefeito Villela. Enfim, Antônio Augusto, também me sinto comprometido, porque fui muito amigo do seu pai, continuo sendo, e tendo o brilhantismo até na sucessão do nome Antônio Augusto, é realmente muito bom para nós, Vereadores, termos recebido esta aula de história nesta tarde. Parabéns. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Guilherme Socias Villela, meus cumprimentos. Cumprimento também nosso querido Dr. Antônio Augusto Mayer dos Santos, gostaria de estender este cumprimento a sua família, esposa, pais, que, com certeza, também estão construindo a história da nossa Cidade. Tenho certeza que não é à toa que o seu pai como Cidadão de Porto Alegre e o senhor também tendo sido reconhecido pelo Município como prestador de um grande serviço para a nossa Cidade. Cumprimento também a representante do Ministério Público, Dra. Velocy Melo Pivatto, Promotora de Justiça, e a Coordenadora da Escola de Gestão Pública, Tanise Pazzim. Dr. Antônio, quero cumprimentá-lo pela sua palestra, pela sua brilhante exposição. Nós estamos aqui na Câmara de Vereadores vivendo este momento atual, construindo a história em pleno 2014, mas precisamos entender o que é a cidade de Porto Alegre, a sua vida política, a sua história política e através desses relatos, desse apanhado que o senhor nos faz de momentos marcantes na política de Porto Alegre, que é uma política que o senhor bem sabe, milita na área do direito eleitoral, é uma Cidade que pulsa política, vive a política, vive intensamente a questão política e o desenvolvimento da Cidade. Desde os grandes projetos – e nós temos aqui a história viva da Cidade, o nosso Presidente Villela, que fez e está aqui para ser uma testemunha.

Meus parabéns pela iniciativa, pelo trabalho, pelo esforço, e por nos trazer aqui essa brilhante exposição. Um grande abraço e que Deus o abençoe.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. Waldir Canal. O Sr. Antônio Augusto Mayer dos Santos está com a palavra para as considerações finais.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO MAYER DOS SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela, retorno para as minhas considerações finais. Eu não poderia, em momento algum, deixar de retribuir e de manifestar a minha efetiva e mais sincera alegria pela participação em um evento dessa envergadura. Fiquei realmente muito honrado e deveras emocionado pelas palavras que recebi dos integrantes desta Casa. Sinto-me, Ver. Villela, muito honrado pela oportunidade de ter sido lembrado e convidado a participar de um evento com essas características, com essa envergadura. Evidentemente, que a história de Porto Alegre é de uma dinâmica, e eu ponderei alguns nomes aqui, que foram justamente aqueles dos integrantes deste Poder Legislativo. Os Vereadores daqui, Ver. Waldir Canal, que ocuparam a chefia do Poder Executivo, exerceram o Paço Municipal. Também, até mesmo numa pequena, singela, mas muito verdadeira homenagem à Dra. Velocy, que é Promotora de Justiça, integra o Ministério Público Estadual, e faz a honra e a distinção de estar presente e compor a Mesa. O ex-Prefeito Loureiro da Silva, que é uma referência, Ver. Nereu D’Avila, para todos; uma referência suprapartidária, uma referência em prol, Ver.ª Mônica Leal, daquilo que há de mais concreto em termos de demarcação histórica do início da modernização da Cidade. Porque, se o primeiro Prefeito desta Cidade foi um republicano histórico, o Prefeito José Montaury, que não foi Vereador e que nem gaúcho era, foi o Prefeito que por mais tempo exerceu a chefia do Poder Executivo Municipal. Foi Prefeito desta Cidade por 27 anos e dá nome a uma das principais passagens desta Cidade, Ver. Pujol. Portanto, eu penso, com toda a franqueza e a sinceridade que este evento exige, que é muito mais importante sabermos quem exerceu a chefia do Poder Executivo da nossa Cidade do que quem exerceu a chefia da Presidência da República. Por quê? Porque é nas cidades onde nós vivemos, onde nós exercemos as nossas atividades, o cotidiano se passa aqui, Ver. Pujol. Então, eu penso que isso tudo é muito importante, sobretudo para esta geração. Porque hoje, Ver.ª Lourdes Sprenger, o que é mais comum é o presente. Infelizmente, o passado parece que ficou confinado a uma sala fechada. Mas não é justo isso. A história é fundamentalmente importante para que se viva o momento de acordo com aqueles valores da sua relação, mas projetando um futuro sempre melhor. A cidade, a Capital Porto Alegre tem e pode se orgulhar muito de todos os seus Prefeitos, de todos os Chefes do Poder Executivo, Ver. Nereu, que ficaram aqui, que saíram desta Casa, exerceram a chefia do Poder Executivo. Por quê? Porque ser Prefeito é uma atribuição distinta da se ser Vereador. Não é mais, não é menos; é diferente. A diferença se dá porque esse poder legisla, e o outro executa. É uma diferença que precisa ser ressaltada porque, afinal de contas, o Brasil, no período que compreendeu essa minha pequena exposição, é uma república. Nós temos uma república consolidada desde o dia 15 de novembro de 1889. Ver. Bernardino Vendruscolo, o mais interessante de tudo é que, realmente, Porto Alegre é a Capital, Porto Alegre tem este nome porque os Vereadores desta Cidade assim o quiseram, com um pequeno desentendimento com a Câmara Municipal de Viamão superado no tempo, razão pela qual esta é a data a ser comemorada: os 241 anos da Cidade. Levando em conta essas circunstâncias, é fundamental o fato de que nós vivemos numa cidade democrática, que teve sempre uma relação política muito tranquila. E, como ponderou o Ver. Nereu D'Avila, não obstante, Dra. Velocy, as divergências políticas, administrativas, ideológicas, a Cidade sempre foi contínua, a Cidade sempre procurou se expandir, até porque, pela sua característica geográfica, pela vizinhança com o Guaíba, sempre houve uma necessidade de intercâmbios entre o Poder Executivo e esta Casa para que houvesse, inclusive, as proteções territoriais face ao acontecimento de 1941, quando esta Cidade ficou debaixo d’água, Ver. Canal, por muitos dias.

Diante disso, eu gostaria de encerrar a minha manifestação, muito honrado, muito alegre e ciente de que, nesta Casa aqui, se faz história. Queria manifestar um agradecimento muito especial ao Professor Hélio Panzenhagen, que direcionou, que me convidou e que comigo estabeleceu o horário, a data e as demais relações para que pudéssemos ter esta conversa com a comunidade de Porto Alegre, com os seus representantes mais ilustres. Gostaria também de manifestar que 241 anos correspondem a um período muito extenso, nós temos mais administração de Câmara Municipal do que Poder Executivo, a Cidade deve honrar as suas tradições. Penso que, diante de um cenário, estabelecendo um comparativo histórico com outras câmaras municipais, realmente Porto Alegre é uma cidade que deve se orgulhar demais da sua composição legislativa, das mulheres e dos homens que integram esta Casa, que exercem o seu mandato, todos eles advindos das urnas. Todos os integrantes desta Casa que estão neste plenário, que exercem os seus mandatos têm voto popular, exercem a democracia na plenitude. E penso, reitero, reafirmo, tenho convicção absoluta de que um Vereador é, sem dúvida nenhuma, o político, o mandatário que mais interage com a comunidade; é a figura que, exercendo o mandato, tem as relações mais epidérmicas com as questões da rua e da própria Câmara Municipal.

Dito isso, Ver. Villela, manifesto também a minha alegria em tê-lo hoje, nesta tarde do dia 4 de setembro de 2014, como Presidente destes trabalhos. Fico muito honrado de ter tido a oportunidade de apresentar esta exposição sob a sua presidência. Manifesto que a Câmara Municipal é o Poder Legislativo mais genuíno em todas as suas acepções. Só tenho a agradecer por mais esta oportunidade. Sou Cidadão Emérito de Porto Alegre, tive a possibilidade da outorga desse título por ninguém mais, ninguém menos do que pelo Ver. Waldir Canal, que muito me distinguiu, que fez com que eu, de certa forma, tivesse a oportunidade de ter mais uma referência na minha singela biografia, da qual tenho a maior alegria. Sou Cidadão Emérito desta Cidade, tive, na ocasião em que recebi o título, a presença da maioria dos Vereadores, fui aprovado por unanimidade, fui saudado com muita ênfase, com muita alegria pelo Ver. Nedel. Enfim, manifesto a minha alegria por estar aqui nesta tarde privando com Vossas Excelências. Muito obrigado e boa tarde a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Eu queria agradecer a brilhante palestra do Dr. Antônio Augusto Mayer dos Santos, só discordando quando ele falou em modesta biografia. Queria também agradecer a presença da Promotora de Justiça, Dra. Velocy Melo Pivatto, representando o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, e da Sra. Tanise Pazzim, Coordenadora da Escola de Gestão Pública. E last but not least, agradeço a presença do ex-Vereador Cleom Guatimozim. Suspendo os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h16min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela – às 16h20min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. João Ezequiel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: Uma boa tarde a todos e a todas, Vereadores e Vereadoras aqui presentes. Nesta semana, eu estou no terceiro exercício aqui na Câmara. Esta semana eu encerro este terceiro exercício, portanto, eu quero aqui novamente registrar a forma cordial, acolhedora e respeitosa com que fui tratado aqui na Câmara por todos os servidores da Casa – vou repetir –, desde as moças do café, do pessoal da higienização, dos Guardas Municipais, dos meus colegas, do pessoal do administrativo. Quero agradecer de coração a todos vocês, de fato, fui muito bem recebido, espero voltar para cá, novamente, em outro momento.

Quero também aqui registrar a presença da minha colega Aura Mendonça, da Comissão de Servidores da Saúde que debate a questão do tempo de incorporação da GIQ – Gratificação de Incentivo à Qualidade no SUS, percebida pelos servidores da Saúde, através da Lei nº 11.140 de outubro de 2011. Só que quando essa lei foi criada, houve uma injustiça, porque, ao mesmo tempo em que ela foi concedida aos aposentados - que estavam aposentados naquele período -, ela apresenta na sua redação um prazo de cinco anos para os servidores poderem levar para a sua aposentadoria. Essa comissão, então, presidida pela Aura Mendonça, visa a fazer um debate sobre a GIQ para que haja um período de transição, diminuindo esse período de cinco anos para dois anos, para o servidor levar para a aposentadoria.

Nesse sentido, a Aura me procurou, bem como ao Ver. Pedro Ruas, para solicitar que peçamos uma reunião com a presidência da Câmara – não para hoje -, uma agenda para receber essa Comissão para tratar desse assunto.

Agradeço ao Presidente, mas o tema que me traz aqui, na verdade, nesta tribuna, é a questão da ocupação Dois Irmãos. Eu estive lá na terça-feira, às 6h, para acompanhar, visto que tinha um aparato policial – vou usar a palavra “monstruoso” no sentido de gigante, porque havia cavalos, cachorros, policiais com fardamento azul, verde - podia até escolher as cores –, que cercou a ocupação por todas as entradas lá no Parque dos Maias. Eu quero dizer que estive lá e conversei com o Coronel Godoi, o Coronel Pitta, o Secretário do Estado e também com a representação do DEMHAB. Nessa reunião, a comunidade, junto com essas entidades, conseguiu um acordo para que essa ocupação tivesse um prazo de 30 dias para sair dali e ter um lugar para ser transferida. Esse lugar foi oferecido pelo Governo do Estado, em Gravataí, numa área que, segundo o Governo, já possui a infraestrutura completa: água, luz e esgoto.

Os moradores aceitaram isso, e eu vou convidar vocês a assistir um vídeo, porque alguém descumpriu o acordo, e nós queremos saber quem está descumprindo.

Esses moradores tinham 30 dias para deixar o local, e, no entanto, foram surpreendidos, de madrugada, patrolas entraram lá, derrubando as casas, não querendo saber se tinha móveis dentro, não importando nada.

Vou apresentar um vídeo que foi gravado pelo cartunista Latuff. Ele assume a autoria da gravação do vídeo, inclusive nos enviou para que pudéssemos assisti-lo.

 

 (Procede-se à apresentação de vídeo.)

 

O SR. JOÃO EZEQUIEL: O que nós assistimos é uma senhora de 78 anos. Isso aqui é um flagrante de violação de direitos humanos.

Nós queremos saber quem é o responsável, visto que havia um acordo com o Governo do Estado, o Governo Municipal e a Brigada Militar, de um prazo de 30 dias. Foi dito à comunidade que ela poderia retirar as suas coisas de forma tranquila, casa a casa, madeira a madeira; vão poder entrar e tirar as suas coisas. E não foi o que aconteceu.

O Latuff me ligou há pouco e disse que essa medida continua sendo aplicada, neste momento. Enquanto eu falo aqui, as patrolas estão lá, na Zona Norte, retirando aquele povo humilde dessa forma que vocês viram.

Eu quero solicitar, Presidente, para encerrar - já conversamos com o Presidente Garcia -, que saia uma Comissão aqui da Câmara, em nome da Casa, para que acompanhe lá essa desocupação. Foram sugeridos aqui os nomes do Ver. Comassetto, do Ver. Delegado Cleiton e o meu, para estarmos representando, hoje, a Câmara de Vereadores lá nessa ocupação para poder evitar que violações dos direitos humanos aconteçam. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Obrigado, Ver. João Ezequiel.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1741/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/14, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Flávio Aristides Freitas Tavares.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1984/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/14, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, in memoriam, ao senhor Lupicínio Rodrigues.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Não havendo inscrições para discutir a Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h28min.)

 

* * * * *